Atendimento Odontológico ao Paciente Autista
Olá pessoal, baseados na revisão
acima, hoje nós do PET Odonto iremos abordar sobre o atendimento a pacientes autistas. Cada ser é único e deve ser tratado de acordo com sua
individualidade, por isso devemos conhecer características comuns a esse
grupo especial. A partir daí podemos adaptar e personalizar o atendimento de
forma a proporcionar o melhor atendimento.
O autismo é caracterizado como
uma alteração no desenvolvimento mental e emocional, é de difícil diagnóstico e ainda incurável. Seu diagnóstico ocorre, em sua maioria, na infância e é bastante
comum na população (1 a cada 333 nascimentos).
Sua
etiologia ainda é desconhecida, no entanto algumas teorias especulativas apontam para lesão
cerebral, afasia do desenvolvimento, condições genéticas ou até mesmo déficit no sistema de ativação reticular.
O espectro autista é grande. A
maioria das crianças autistas não apresentam déficits em todas as áreas de
desenvolvimento. Entretanto, como alguns sintomas podem mudar ou mesmo
desaparecer com o tempo, existe a necessidade de reavaliação periódica e ajuste
do tratamento às suas diferentes necessidades.
A alta prevalência de
cárie e doença periodontal nos pacientes autistas ocorre devido a dieta
cariogênica e dificuldades na higiene bucal comum. Por isso, É MUITO
IMPORTANTE ATENDIMENTO PREVENTIVO! O que diferencia o atendimento destes
pacientes é o controle do comportamento durante as consultas, considerando as
suas principais limitações: a ausência de estabelecimento de contato visual, a
dificuldade de comunicação verbal ou não verbal e o comportamento atípico.
Nesta imagem podemos
observar algumas situações que podem desencadear um comportamento negativo do
autista:
De
maneira geral, devemos realizar consultas que tenham sempre a MESMA SEQUÊNCIA,
que EVITEM BARULHOS, como do micromotor, e que RESPEITE OS LIMITES DIÁRIOS DO
PACIENTE.
Uma profissional que fez e ainda faz a
diferença no atendimento odontológico a esses pacientes em questão é a Dentista
Adriana Gledys Zink, ela é conhecida
como “encantadora de Autistas”. Quando precisa de atendimento odontológico
(mesmo que seja uma simples limpeza), a maioria dos pacientes são internados em um hospital para receber anestesia geral. Ela decidiu tentar fazer diferente.
Passou a frequentar reuniões de famílias de autistas, estudou os métodos de
aprendizagem disponíveis e conseguiu adaptar algumas técnicas para a
odontologia. Um método de aprendizado usado pelas famílias de autistas é o
Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (Pecs, na sigla em inglês), no qual
por meio de figuras, a criança aprende a comunicar suas necessidades e a entender
que uma atividade acabou e outra vai começar. A Dra. Adriana Gleyds Zink criou Pecs específicos
para a odontologia. É assim que ela apresenta a máscara, a cadeira, o
chuveirinho, etc. Às vezes, precisa de quatro sessões só para conseguir
convencer o paciente a sentar-se na cadeira. Quando isso não é possível e o
procedimento necessário é simples, ela atende a criança no chão.
Adriana e Juca no
consultório montado na quadra da escola de samba Unidos de Vila Maria. Brinquedos a ajudam a
estabelecer contato visual com os autistas
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Muito legal a iniciativa da Dra.
Adriana Gledys Zink, não é?! O cirurgião dentista sempre deve buscar um aprimoramento para atuar com os mais diversos pacientes, como por exemplo, os autistas, visto que esses possuem necessidade desse atendimento tanto quanto outros pacientes e muitas vezes possuem até mesmo uma necessidade maior, levando em conta suas dificuldades de higienização e também vulnerabilidades para determinadas doenças, como já citamos anteriormente.
Esperamos que este post tenha despertado um interesse maior de todos vocês sobre o assunto e que tenha esclarecido algumas dúvidas. Até a próxima pessoal!
Giullia Collet e Samuel Kaik A Lima
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