Resinas Compostas BULK FILL
Olá pessoal, na coluna científica dessa semana vamos falar
sobre um assunto que foi tema do Seminário Odontológico das Petianas Natália
Kido e Amanda Mazuquini, e que vale a pena ser compartilhado com todos vocês.
O assunto de hoje é sobre um novo grupo de materiais,
denominados de “Bulk Fill” que nada mais são que resinas compostas que podem
ser utilizadas em uma única camada de 4 mm de espessura. Uma das
grandes preocupações da Odontologia, desde seu início, foi a de encontrar um
material restaurador que, além de restabelecer a função do elemento dental,
apresentasse adequada resistência à abrasão, boa adaptação marginal,
biocompatibilidade e que reproduzisse a cor natural dos dentes. E assim surgiu
as resinas compostas, que atendiam a todos esses requisitos. Porém durante a
contração de polimerização da resina composta podem ocorrer algumas falhas
como: falhas na interface dente-restauração, com a formação de fendas marginais
e posterior microinfiltração, aparecimento de cáries secundárias, degradação marginal
da resina composta,fraturas coesivas no esmalte, além da sensibilidade pós
operatoria. Para tentar minimizar essas falhas surgiram algumas técnicas, como
por exemplo, a técnica dos incrementos, amplamente utilizada atualmente, em que
a resina é colocada na cavidade em pequenos incrementos que são pouco a pouco
polimerizados. Em 2004
surgiram as novas resinas, denominadas “bulk fill” que prometiam realizar a
restauração em um único incremento.
O que mudou da resina composta comum para a Bulk Fill?
1. Moduladores de polimerização: são substâncias químicas
adicionadas nas resinas compostas que conseguem diminuir ou fazer com que as
tensões geradas pela polimerização ocorram de modo mais controlado, evitando
que o stress gerado seja liberado de uma só vez, minimizando os danos.
2. Fotoiniciadores específicos: alguns fabricantes informam o
uso de fotoiniciadores com maior e melhor sensibilidade à ação da luz do
aparelho fotoativador. A fotopolimerização varia de 10-20 segundos
dependendo da marca. Mesmo assim, não há redução no índice de polimerização, ou
seja, todo o incremento resinoso sofre polimerização.
3. Aumento de translucidez: com isso, a luz passa mais facilmente pela resina e
consegue atingir áreas mais profundas.
4. Partículas de carga alteradas: alguns tipos de partículas de carga modificadas estão
sendo usadas tanto para facilitar a passagem da luz quanto minimizar a tensão gerada pela contração de polimerização. Alguns fabricantes citam o uso de
partículas de carga que funcionariam como “molas microscópicas” que minimiza os
efeitos negativos da contração.
Vantagens: Contração
e tempo clínico reduzidos(excelente recurso para a odontopediatria, a
odontogeriatria, pacientes especiais), melhor qualidade da restauração, custo
acessível, baixa tensão de contração de polimerização, permite devolver de uma
única vez o volume total da dentina ou do esmalte e possui propriedades mecânicas que a
tornem passível de receber cargas mastigatória de modo direto ou indireto.
Desvantagens: A desvantagem é a carência de estudos
com grande follow up, ou seja o sucesso da bulk fill só sera confirmado daqui
alguns anos, com estudos que mostrem acompanhamentos maiores.
Bom, é
isso galera! Esperamos que tenham gostado do tema de hoje. Deixem comentários
com suas opiniões sobre o assunto, isso pode enriquecer ainda mais esse post e
quem sabe gerar discussões com assuntos pertinentes para publicações
futuras.
Tatiani Justt, Andressa Mioto e Murilo Pimenta
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