REDUZIR OU NÃO REDUZIR,
EIS A QUESTÃO!
No último
dia 19, a Câmara de Deputados votou a emenda constitucional (PEC - Propostas de Emenda à Constituição) na qual altera a maioridade
penal de 18 para 16 anos. Na Câmara a redução da maioridade penal chegou a ser
rejeitada, votação que ocorreu no dia 1º de julho.
Para aprovação de tal emenda são necessários pelo menos 308 votos, o que não ocorreu, pois, a proposta recebeu apenas 303 votos. Por meio de uma manobra do presidente da câmara, a proposta foi novamente votada com algumas modificações e o texto foi aprovado com 320 votos a favor.
Agora que a votação ocorreu na
câmara, ela será levada para o Senado, na qual para ser aprovada serão
necessários 49 votos favoráveis entre os 81 senadores da casa. Como o texto
prevê uma alteração na Constituição brasileira, serão necessárias duas votações,
em que ambas sejam favoráveis a tal mudança. Segundo o presidente da casa,
Renan Calheiros, a proposta tramitará no Senado, mas o próprio não deu datas
para que isso ocorra.
Quais os tipos de crimes?
A proposta da
redução é para casos de crimes de homicídio doloso (com intenção de morte),
lesão corporal seguida de morte e crimes hediondos, como o estrupo. O fato
repercutiu de forma ampla e rapidamente ganhou status de polêmica em cenário
nacional, vez que é uma iniciativa que para ser tomada envolveu algumas de
nossas “garantias sociais”, como segurança pública, qualidade do ensino público
e até programas de atenção à saúde.
Sabemos que o Brasil está longe
de ser um dos países que figuram entre os mais seguros do mundo. Na realidade,
de acordo com o ranking de segurança pessoal organizado pela ONG Americana
Social Progress Imperative, nosso país está listado como o 11º mais inseguro.
Frente a esses e outros dados gritantes, a redução da maioridade é uma proposta
de medida emergencial para que se possa reduzir esses índices o quanto antes.
Por outro lado, há quem diga que existem interesses políticos e até econômicos ocultos
por trás dessa decisão e até certa falta de empatia com os socialmente menos
favorecidos.
Então, será que essa é realmente a nossa melhor saída
para obter melhorias frente aos brasileiros menores infratores?
Agora é
esperar para ver quais caminhos o projeto de lei tomará na tramitação no congresso.
O PET-ODONTO ainda ratifica que estar a par do contexto político de seu país é
uma característica desejável no perfil do acadêmico contemporâneo, pois para
que sejamos “a mudança que queremos ver no mundo”, devemos saber o que está
acontecendo nele.
Irma Milena (Aspirante), Letícia Citelli (5º ano) e Victor Guidini (3º ano).
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