sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Conflitos na cidade de Aleppo




Olá, pessoal!

Nos últimos dias, um assunto tem tomado manchetes e redes sociais, que é a Guerra Civil na Síria. O País vive uma guerra civil desde 2011, matando milhares de pessoas e fazendo muitos refugiados. Desde então, vem ocorrendo inúmeras batalhas entre os rebeldes e soldados de Bashar Al-Assad, que mantém um governo autoritário. Em 2012 a guerra chegou na que já foi a maior cidade do país, Aleppo, com uma população de 2,3 milhões de habitantes, que acabou se tornando a cidade-chave desta guerra.
  Em novembro agora, as tropas governamentais lançaram um novo ataque e rapidamente retomaram o poder de quase toda a cidade. E nas últimas semanas, elas conseguiram confinar os rebeldes em poucos bairros. Se Assad de fato retomar totalmente a cidade, isso significa que ele passará a deter o controle das quatro maiores cidades do país. Ele pode esperar que a vitória em Aleppo seja uma bola de neve que desemboque no fim da guerra.
 Segundo a ONU, a guerra já matou mais de 400 mil pessoas e obrigou mais de 4,8 milhões de pessoas a fugir de suas casas, a maioria mulheres e crianças



Mas então porque ninguém ainda interferiu? Porque esta guerra está durando tanto?

 Uma das explicações é que diversas potências mundiais lucram, vendendo armamentos e munição para os grupos opostos, como por exemplo, o Irã e a Rússia que apoiam o Governo sírio devido aos seus interesses estratégicos na região. Já o conselho de segurança da ONU tentou implementar o “Comunicado de Genebra” em 2012, que contemplaria um governo de transição, com poderes baseados no consentimento mútuo. No entanto, as negociações de paz, ocorridas em 2014 foram interrompidas, uma vez que o governo da Síria se recusou a discutir as demandas da oposição. Em janeiro deste ano, EUA e Rússia conseguiram convencer tanto os rebeldes, quanto o governo sírio a participar de uma tentativa de “conversa de aproximação” para tentarem implantar o plano da ONU, mas essas negociações foram logo suspensas, pois as forças de segurança sírias atacaram a cidade de Aleppo. Este ano, conseguiram negociar uma interrupção das hostilidades, com a qual os enfrentamentos foram suspensos, tentativa que em meados de setembro, fracassou dias depois de entrar em vigor, após um ataque letal contra um comboio de ajuda humanitária, no qual morreram 20 civis.

 A França pediu nesta quinta-feira (15) consultas urgentes a portas fechadas do Conselho de Segurança das Nações Unidas para tratar da evacuação de civis da cidade síria de Aleppo e de planos para envio de ajuda. Segundo a Cruz Vermelha, cerca de 3 mil pessoas foram retiradas do leste da cidade nesta quinta durante um cessar-fogo. E agora que aparentemente muitas pessoas acordaram, a evacuação dos civis tem sido a prioridade. Estima-se que cerca de nove mil civis e quatro mil combatentes opositores abandonem o leste de Aleppo



 "Por favor, salvem-nos, obrigado", diz Bana al-Abed, uma menina síria de
 7 anos, em um vídeo postado no Twitter

Folhetos deixados pela Rússia amanhã é a nossa última chance. Se não saímos amanhã, não sei se viveremos ou morreremos.
Ore por nós. - Fatemah
 Nunca antes na história presenciamos uma guerra com tal inundação de imagens, nunca tivemos um olhar tão íntimo, rostos olhando para a câmera, para nós, para a morte, suplicando por ajuda.

Nós do PET Odonto esperamos que este não seja apenas mais um texto que você leu para se distrair, mas que ele desperte em você, um pouco mais de compaixão, compartilhar uma imagem como forma de protesto é algo simples, escrever um texto informando sobre o que está acontecendo pode ser algo visto como “pequeno” para muitos, no entanto quando milhares de pessoas fazem toma uma dimensão diferente, podem conduzir os focos das notícias, conscientizar mais pessoas da nossa insatisfação e quem sabe, consequentemente, levar a uma declinação política, ou de pessoas que possam agir diretamente. Isso já ocorreu antes, a maioria deve se lembrar da foto de Kevin Carter de 1993 de um bebê faminto e um abutre no Sudão, uma imagem que sensibilizou milhares e instigou a consciência pública. Podemos agir de forma indireta, o que não podemos é ficar cômodos diante de tanta injustiça e sofrimento.



Por Andressa Mioto, Diogo Nakaie e Tatiani Justt

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