quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Flúor, mocinho ou vilão?

Olá pessoal, vocês sabiam que a fluoretação das águas de abastecimento público
representa uma das principais e mais importantes medidas de saúde pública no controle
da cárie dentária?
 Mas qual é o mecanismo de ação do flúor? Será que o flúor em excesso pode
causar algum dano para a saúde? Onde podemos encontrá-lo?
O objetivo do post de hoje é responder algumas perguntas como estas e salientar
o quão importante é a utilização desse elemento químico na prática odontológica.
O uso do flúor, em concentrações adequadas, tem sido o grande responsável
pelo controle do desenvolvimento da doença cárie. Focar as medidas preventivas no
uso isolado de flúor, sem um controle dos demais fatores necessários para que a doença
cárie se desenvolva, não é suficiente, uma vez que isoladamente o flúor não impede o
desenvolvimento da cárie.
Apesar do flúor não ser capaz de interferir na formação de placa e na
transformação do açúcar em ácidos, fatores responsáveis pelo início da doença, ele é de
fundamental importância para reduzir sua evolução e prevenir sua ocorrência.
http://www.clinicamaisodonto.com.br/Site%20Novo/inicio/img/servicos/aplicacao-de-fluor.jpg
Pesquisas sobre o uso de flúor na prevenção da cárie dentária vem sendo conduzida desde o início do século XX e o mesmo é atualmente utilizado de forma difusa em todo o mundo.
A ação preventiva do flúor ocorre através dos três mecanismos a seguir:
  • Ele diminui a solubilidade do esmalte em ácido, convertendo a hidroxiapatita em fluorhidroxiapatita/fluorapatita.
  • Incorpora à placa e reduz a capacidade de produção de ácidos pelos organismos da placa.
  • Promove a remineralização do esmalte em áreas que foram desmineralizadas por ácidos.
Dos mecanismos acima, a ação da remineralização do flúor é a mais importante e requer cálcio e fosfato originários da saliva, além do flúor fornecido durante períodos mais longos.
Mais importante do que ter flúor incorporado à estrutura mineral do dente, é te-lo disponível na cavidade bucal, para ser incorporado à estrutura mineral do dente quando esta ocorrendo a dissolução do mineral como conseqüência do processo carioso.
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O flúor pode ser utilizado de forma tópica ou sistêmica, e é a forma sistêmica que garante a disponibilidade do mesmo na cavidade bucal. O flúor sistêmico pode ser adquirido pelos seguintes meios:
  • Água fluoretada;
  • Suplementos de flúor;
  • Cremes dentais fluoretados;
  • Alimentos e bebidas.
Dentre esses meios, o mais relevante é a água fluoretada. É lei: toda cidade com estação de tratamento de água deve agregar fluoreto na sua água (Lei Federal 6.050, de 24/05/74). A importância dessa medida fica clara quando observamos que a prevalência de cárie é menor em cidades com água fluoretada em comparação com aquelas sem fluoretação. Ocorre também um efeito halo, onde produtos industrializados produzidos com água fluoretada das cidades sede da indústria são exportados para cidades onde não há fluoretação.
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O flúor utilizado de maneira correta, em baixas concentrações, não causa prejuízos á saúde. Porém ingerir altas concentrações de flúor pode causar eventos de toxidade aguda acarretando em problemas gastrointestinais, neurológicos e cardiovasculares. Mas fique tranquilo! Para isso acontecer é preciso que se ingira 5mg de flúor por kg, o que não é comum, não é mesmo?
Na verdade estamos mais sujeitos a toxidade crônica do flúor (utilização de pequenas doses por um longo período de tempo) que pode acarretar em fluorose dentária que são pequenas manchas esbranquiçadas.
Portanto, o uso consciente do flúor, seja através das águas, cremes dentais e outros meios é indicado e seguro! Essa prática trás um beneficio muito relevante na prevenção da cárie e controle de sua evolução em casos em que não foi possível impedi-la.
Até a próxima pessoal!
Claudio Freire, Daniele Menegassi e Lafayette Grenier

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