terça-feira, 3 de novembro de 2015

Coluna Científica

Atendimento Odontológico ao Paciente Autista

Olá pessoal, baseados na revisão acima, hoje nós do PET Odonto iremos abordar sobre o atendimento a pacientes autistas. Cada ser é único e deve ser tratado de acordo com sua individualidade, por isso devemos conhecer características comuns a esse grupo especial. A partir daí podemos adaptar e personalizar o atendimento de forma a proporcionar o melhor atendimento.

O autismo é caracterizado como uma alteração no desenvolvimento mental e emocional, é de difícil diagnóstico e ainda incurável. Seu diagnóstico ocorre, em sua maioria, na infância e é bastante comum na população (1 a cada 333 nascimentos). 
Sua etiologia ainda é desconhecida,  no entanto algumas teorias especulativas apontam para lesão cerebral, afasia do desenvolvimento, condições genéticas ou até mesmo déficit no sistema de ativação reticular.


O espectro autista é grande. A maioria das crianças autistas não apresentam déficits em todas as áreas de desenvolvimento. Entretanto, como alguns sintomas podem mudar ou mesmo desaparecer com o tempo, existe a necessidade de reavaliação periódica e ajuste do tratamento às suas diferentes necessidades.
            
A alta prevalência de cárie e doença periodontal nos pacientes autistas ocorre devido a dieta cariogênica e dificuldades na higiene bucal comum. Por isso, É MUITO IMPORTANTE ATENDIMENTO PREVENTIVO! O que diferencia o atendimento destes pacientes é o controle do comportamento durante as consultas, considerando as suas principais limitações: a ausência de estabelecimento de contato visual, a dificuldade de comunicação verbal ou não verbal e o comportamento atípico.

Nesta imagem podemos observar algumas situações que podem desencadear um comportamento negativo do autista:



De maneira geral, devemos realizar consultas que tenham sempre a MESMA SEQUÊNCIA, que EVITEM BARULHOS, como do micromotor, e que RESPEITE OS LIMITES DIÁRIOS DO PACIENTE.


Uma profissional que fez e ainda faz a diferença no atendimento odontológico a esses pacientes em questão é a Dentista Adriana Gledys Zink, ela  é conhecida como “encantadora de Autistas”. Quando precisa de atendimento odontológico (mesmo que seja uma simples limpeza), a maioria dos pacientes são internados em um hospital para receber anestesia geral. Ela decidiu tentar fazer diferente. Passou a frequentar reuniões de famílias de autistas, estudou os métodos de aprendizagem disponíveis e conseguiu adaptar algumas técnicas para a odontologia. Um método de aprendizado usado pelas famílias de autistas é o Sistema de Comunicação por Troca de Figuras (Pecs, na sigla em inglês), no qual por meio de figuras, a criança aprende a comunicar suas necessidades e a entender que uma atividade acabou e outra vai começar. A Dra. Adriana Gleyds Zink criou Pecs específicos para a odontologia. É assim que ela apresenta a máscara, a cadeira, o chuveirinho, etc. Às vezes, precisa de quatro sessões só para conseguir convencer o paciente a sentar-se na cadeira. Quando isso não é possível e o procedimento necessário é simples, ela atende a criança no chão.

Adriana e Juca no consultório montado na quadra da escola de samba Unidos de Vila Maria. Brinquedos a ajudam a estabelecer contato visual com os autistas

Muito legal a iniciativa da Dra. Adriana Gledys Zink, não é?! O cirurgião dentista sempre deve buscar um aprimoramento para atuar com os mais diversos pacientes, como por exemplo, os autistas, visto que esses possuem necessidade desse atendimento tanto quanto outros pacientes e muitas vezes possuem até mesmo uma necessidade maior, levando em conta suas dificuldades de higienização e também vulnerabilidades para determinadas doenças, como já citamos anteriormente.

Esperamos que este post tenha despertado um interesse maior de todos vocês sobre o assunto e que tenha esclarecido algumas dúvidas. Até a próxima pessoal!

Giullia Collet e Samuel Kaik A Lima



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